segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Maria Teresa Andruetto

Segunda-feira



Às segundas-feiras o meu pai chegava tarde
e trazia chocolates amargos.
Na cama grande, a mamã lia-nos
A Cabana do Pai Tomás.
Nós gostávamos das segundas-feiras,
gostávamos de chorar por causa das tristezas
de romance, de sofrer pelos negros
enquanto comíamos chocolates
Suchard.



(Versão minha a partir do original e da tradução francesa reproduzidos em Voix d' Argentine / voces argentinas, selecção de Claudia Schvartz e Gerardo Manfredi, tradução para francês de Nicole e èmile Martel, Leviatán (Buenos Aires), Écrits des Forges (Trois-Rivières/Québec) e Le temps des Cerises (Pantin), 2009, p. 22).

3 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

Mundos distintos que coabitam. Bonito!

Lp disse...

Ironia e melancolia...

Cristina Gomes da Silva disse...

Sim, também, tens razão, ironia e melancolia. Talvez mais a primeira do que a segunda